quarta-feira, 18 de maio de 2011

um bebê doente e um lote de paciência / a baby and a hand full of patience

 A vida de mãe e pai é cheia de altos e baixos. Posso dizer por mim que é tudo que eu sempre sonhei, o amor é imensurável e a felicidade é extasiante, mas tb tem seus momentos duros. Como tudo nessa vida.
E os últimos dias aqui em casa têm sido um baita exercício de paciência.
Eu evito muito falar de maternagem por aqui, pois fiz escolhas muito pessoais e as vezes contra a maré. Amamentação continuada, fraldas de pano, muito colo e respeito... Eu acredito mais em nutrir do que em emancipar, sabe?
Eu evito comentar, porque tem gente que se sente agredida. Se eu me mostro feliz com minhas escolhas 'diferentes' é porque sou 'fresca', ou me sinto 'melhor do que as outras mães'. E se demonstro cansaço é "bem feito" porque eu quis fazer tudo assim, "mal-acostumei a menina com colo" e etc...

Eu me sinto feliz com as minhas escolhas. Com as nossas escolhas, na verdade, porque eu e Rodrigo decidimos tudo juntos, em família. É o que funciona pra gente e é nosso, só nosso. Não é "mais correto" e nem "errado". É o nosso jeito, é o que nos deixa felizes como família, é o que rima com o nosso coração.
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The life as parents is filled with ups and downs. I can say for me that it's all I ever wished for. Unmeasurable love, overwelming joy. But with some harsh periods too. As all in life. 
And my last days have been an exercise in developing my patience.
I usually avoid talking about mothering here, because I understand I've made some personal choices that can be seen as uncommon. Continued breastfeeding, cloth diapering, some sort of atatchment parenting... I believe in nurturing more than in independencing.
Some people might feel strongly against all of this. And when I'm happy, they say that I consider myself a "better mom than others", or when I'm tired, they say it's "my fault" for "spoiling the baby and not letting it cry out"...

I feel happy with my choices. With our choices, actually, because Rodrigo and I decide all together, as a family. It's what works for us and it's our way. Not better, not worse than others. Only our way, how we feel confortable, what ehcos with our hearts.
na pracinha com papai / at the park with daddy

na fazendinha / at the petting zoo

Dito isso, eu queria abrir uma brecha pra desabafar, porque tive uns dias meio cansativos por essas bandas.

Eu já comentei algumas vezes que a Lilla é uma menina muito carinhosa, né? Ela é um chicletinho. Desde recém-nascida, quando com poucos dias de vida se recusava veementemente a deitar-se sozinha, chorava se sem colo, acordava mesmo do mais profundo sono quando era deitada no berço/carrinho/cadeirinha... Eu vejo ao longo do crescimento, pelos amiguinhos dela da mesma idade, que ela requer mais colo, mais contato, mais atenção do que a "média". E pelas minhas pesquisas eu entendi que ela parece ser o que um pediatra chama de high need. Isso não é ruim! É só intenso. Ela é uma menina intensa. E eu escolhi lidar com a personalidade dela com carinho e respeito ao que ela parece precisar... Posso até dizer que é um experimento pessoal de quebrantamento pelo amor! =)
(Isso não tem haver com o que se entende por mimar, de uma forma ruim. Porque pelo contrário, a Lilla para uma toddler é uma criança bem educadinha... Cheia de 'por favor", 'obrigada', e 'dá licensa' (até pros gatos ela pede 'licensa' pra passar, é bem fofo!). Ela empresta os brinquedos sem muito problema e obedece os "nãos" na boa. Não mexe no que não deve, guarda seus brinquedinhos quando pedimos, etc....)

Bem, apesar de toda leitura e todo empenho em fazer o melhor possível, nós também temos SIM nossos dias cinzentos, como qualquer outra família. E tivemos uns essa semana, beeeeem tempestuosos....
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(I'm sorry, I promise I'll finish translating this post tomorrow! I'm too tired and sleepy now. If you are too curious, try the google translator. If you can wait, I'll see you tomorrow, ok?)
That said, I'd like to say something from the deep of my heart, because I just had some really rough days around here.

I've comented here before that Lilla is an extremely lovely little girl. She seems to need affection and skin contact a little more than the "ordinary". Since she was a newborn refusing to lay down on the crib we've noticed she was a little different from the babies we know. She would always cry when left alone, she would wake up from the thightes of sleeps if we insisted on puting her on the crib/swing/stroller. As new parents we did a lot of reading and found relief on dr Sears's texts about high need babies. Don't get me wrong, it's not a bad thing! It's just intense. She is a lovely intense little girl. And I chose to deal with her personality with love and respect for what she seems to need... I can even say it's an experiment of mine, a personal experiment on repenting a heart with love! =)
(which, may I say, has absolutelly nothing to do with spoiling her. She has rules to follow too, and limits. She's actually quite a well behaved toddler -as much as a toddler can be! She always says her "please-thank you-sorry"s, she is good at sharing her toys and usually accepts well my "nos". She won't put her hands where she konws is forbiden and she puts away her toys when asked. So there, a perfectly well-behaved miss! ^^)

Well, despite all the reading and focus on giving our best at the parenting job, we DO have our dark days as any other family. And we just had some of those REALLY dark ones this week....

cooooooooooooooooolo! / hooooooold me!

Tudo começou há uns 10 dias atrás com uma crescente necessidade de colo e de mamar. A ponto de eu não conseguir botar ela no chão pra eu fazer xixi. Ou almoçar. Ou qualquer outra coisa que não fosse pra ela e com ela. Ela queria ficar no meu colo, queria mamar non-stop. Tipo um recém nascido. Sentiu meu drama??
Minha paciência foi se esvaindo, esvaindo.... E ao final de uns dias eu estava verdadeiramente completamente mau-humorada. Até as noites estavam pesadas. E o marido, tadinho, chegava em casa no fim do dia pra encontrar uma esposa chata e reclamona e exausta.
O que houve? De onde veio esse furacão? Um resfriado chegou pra incrementar ainda mais a confusão. Dois resfriados na verdade, em mim e nela.
Ainda bem que marido não deixou a bola cair, me animou e me ajudou naquelas críticas horinhas do fim da tarde. Ainda assim eu me sentia mal. Uma bola de neve: o cansaço me deixava mais chata, que me deixava mais sem paciência, que me deixava mais incapaz de responder bem à bebê, que por sua vez ficava mais irritada, e eu mais cansada... tudo em progressão geométrica, viu?

It all started about 10 days ago as a growing demand on nursing and being held. To the point it was hard for me even to go to the toilet or to have lunch. Or anything that wasn't with her and for her. She only wanted to be held and to nurse, non-stop, as a newborn. Get the idea?? My patience was fading and fading... After a couple of days I was truly completely exhausted and grumpy. Even the nights were hard. Hubby, poor hubby, came home on the end of the day to find a whiny annoying wife.
What happened? Where did this all came from?? On top of it all the flue hit hard on us, both me and baby.
Husband hang in there, cheered me up, took care of everything he could on those critical last hours of the afternoon. Even though I felt bad. The tiredness would make me more grumpy, the grumpiness would make me less patient, which would make me more tired... You get the idea.

Até que ontem atingi meu limite: trabalho acumulado, coisas da loja pra embalar e entregar, e eu sem conseguir que a bebê passasse mais de dez minutos no chão. Isso não é o normal!! Ela é grudenta, mas não assim, de uma forma incapacitante. E eu, no fundo do poço maternal, desejei deixar o meu bebê chorando. Desejei ignorar seus gritos de "colo por favor mamãe" até terminar o trabalho.
E foi então que eu me vi. E não gostei. Não gostei nadinha da mãe que eu estava sendo nos últimos dias.

E procurei então colo eu mesma, no carinho do meu Pai, que nunca desejou me deixar chorando, nunca perdeu a Paciência comigo, mesmo quando eu sou a mais chata das filhas. E senti vergonha, e me senti muito burra e má. E Ele me lembrou que Ele cuida de mim, e que Ele pode me ajudar quando tudo parece dar errado. E eu por um instante consegui vislumbrar a verdade do versículo que diz: "quando sou fraco, então é que sou forte" (2Cor 12:10) Ahhh, em Cristo! Que alívio!
Que maravilha é ter um Pai que nunca me abandona pra chorar sozinha! Tudo deu certo no fim do dia. Algumas coisas inesperadas aconteceram e tudinho se encaixou.
E eu fui dormir pensando que eu preciso lembrar que quando eu me sinto sem saída, eu tenho um Pai amoroso a quem recorrer. E que a minha casa seria um lugar mais feliz se eu sempre me lembrasse de ser pra Lilla uma mãe espelhada no Pai perfeito que temos.

Than yesterday I've hit my limit: with work piling up, stuff from the store to pack and post,  and a baby girl who just wouldn't play alone in the floor beside me for 10 minutes! Ok, she is needy but not like that, in a disabling way!! I've hit the bottom and actually wished to just let her cry it out. I wished I could just ignore her "mooommy please hold me! hoooooooold me" yells just so I could finish my work.
And, oh my, than I saw myself. And did not like it. Didn't like it at all. What kind of mommy was I being to my beloved baby girl these past days?

That was when I needed to be held. And I went to my Father, whom never ever denys me His warm hug. He never left me to cry alone. He never lost His patience with me, even when I'm the worst of worse daughters. Oh, I felt so ashamed! So stupid and mean. He reminded me that He takes good care of me and He can help me when everything feels to be going wrong. And I, for a glimpse of moment, could actually understand the verse that says "for when I am weak, then am I strong" 2Cor 12:10 Ohhhhhh, in Christ! What a relief!
How wonderfull is it to have a Father who never leaves us alone to cry it out?! It all fell into place by the end of the day. Even some unexpected events joined to help.
And I went to sleep thinking that I only need to remember that when I feel overwhelmed I do have a wonderfull Father filled with love who is always there for me. And that my home can be such a happiest place if I can only remember to try to be for Lilla a mom mirrored in our perfect Father.

Sabe que a noite foi bem melhor?
E hoje eu acordei disposta a acabar com meu mau humor, construindo um dia bem alegre como deveria ser.
Nossa manhã foi gasta no parquinho como de costume, mas a tarde, depois da soneca, planejei atividades divertidas pra curtirmos uma à outra sem pressa. E eu me dediquei inteiramente a ela, sem telefonemas, sem TV, só nós duas.

Can you believe we had a much better night of sleep?
And today I woke up decided to abolish my grumpyness by enjoying a specially happy day with my daughter, as all family days should always be. In the morning we went to the park as usual and in the afternoon, after the nap time, I planned some simple happy activities for us. I devoted myself entirely to her, no tv, no phone calls, just the two of us.





Fizemos um desenhão, com direito a colar adesivos, se sujar de canetinha.... Cantamos juntas muitas musiquinhas.... Fizemos um chá pras bonecas (e para a Miew)!
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We made a biiiiiig drawing, we played with stickers, we messed with markers, we sang, we threw a tea party for the dolls (and Miew!)



Ainda há um grude além do normal (e eu agora me pergunto se não é enjoinho pelo resfriado).... Mas sabe que no fim do dia eu até consegui trabalhar um pouco, sem muito stress??
To dizendo, quebrantando pelo amor. Aprendi com meu Pai! ;)
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She is still more clingy than usual (and now I even wonder if it isn't because of the flue).... But I even managed to have some work done in the end of the day, can you believe it??
As I said, repenting a heart with love. I've learned it with my Dad! ;)

10 comentários:

  1. Amiga, que bom que você achou conforto e força nas palavras Dele. Fico feliz que tudo esteja se resolvendo e que você esteja mais calma.
    Não posso dizer:" sei bem o que é isso" porque ainda nao passei pela sua situação. O que posso dizer é que não julgo vocês por decisões tomadas, por mais estranhas que possam parecer (como a das fraldas que eu aderi quando você me explicou e mesmo antes de engravidar já desisti pq me imaginei e vi que não ia lavar as fraldas.. as cuecas o Alan ja fica sem! hahahah), procuro sempre entende-los e apoia-los.
    Olha, sempre que precisar estou aqui do outro lado da cidade e da linha telefonica pro que der e vier. Se quiser rir (chorar eu sei que não), desabafar, ficar bem brava, xingar todo mundo, deixar a Lilla na casa da tia Carol e tio Alan brincando pra você namorar o marido, saiba que estou aqui, viu?
    Amo vocês!
    Beijao!

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  2. Oi Thalita, então, engraçado isso de criança, minha filha vai completar 3 anos e também fiz escolhas nas quais não comento para evitar certos atritos desnecessários sabe, mas há dias que nada da certo, e que a paciência se vai e o choro vem, e eu descobri o quanto isso é normal, mas vejo que você descobriu a melhor "saída", rezar ou orar, no meu caso sento quieta e converso muito com Deus e meu coração vai se esvaziando do ruim e se abrindo para o amor, para a compreensão e acolhimento. Dias atras fiz o fim de semana da Duda, brincamos, pintamos, dormimos juntas e ela ficou muito melhor, mais calma e segura. Aprendo juntamente com ela, cresço juntamente com ela, me dou o direito de errar sim, mas o acerto é maior e o amor cresce dia a dia.
    Adoro seu canto, venho aqui todo dia embelezar meus olhos.

    Um grandississimo beijo, pra vc e pra Lilla.
    Noh

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  3. Que lindo, Thalita! Me emocionou. Nós mães tb podemos ser imperfeitas as vezes, mas o bom é que temos auto-crítica!!!
    Te admiro!
    Sou como vc, faço o que quero, quero dar colo dou, quero abraçar, abraço, quero mimar mimo e dou meus limites... Por isso que temos filhas maravilhosas, que vão crescer seguras! E com seu post descobri que a Nat tb é e sempre foi high need..;o)

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  4. Oi Thalita! Descobri seu bolg por acaso e, como disse Noh, sempre venho aqui para "embelezar meus olhos".
    Estou no seu time! Tenho uma high need de 1a2m e também fiz escolhas difíceis. O mais importante é nos apoiarmos no Pai.
    Somos mesmo imperfeitas (graças a Deus) mas é o coração que dita as normas do que é certo ou não quanto aos filhos e, creio, nossa escolha de hoje permitirá filhos melhores.
    Não importo com os olhares tortos para minhas escolhas, por mim o mundo pode se acabar, desde que Clarissa esteja no meu colo!

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  5. Oi Thalita,
    Lindo post!! Sempre venho aqui no seu cantinho para ver seus lindos trabalhos (os vestidinhos são perfeitos) e a Lilla bonequinha! Adorei seu desabafo, toda mãe passa porisso um dia! A diferença é a forma de encarar os desafios. E para nós que somos mamães privilegiadas em encontrarmos forças em nosso Paizão tudo fica mais fácil!!! `
    Por aqui finalmente entendi que a quem devo agradar é minha filhinha e o maridão, se alguém não concordar paciência...

    Super beijo,

    Déia (uma mamãe se rendendo [finalmente] as delícias da boa e velha cama compartilhada) e Paulinha (uma filhotinha que ganha muito colo graças a Deus!)

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  6. Eu entendo o que é ser High Need, não sei mas acho que fui um bebê e uma criança high need e até hoje sou uma adulta assim. E concordo com você, não tem nada com ser mimado ou deseducada e sim com querer um pouco mais de carinho/atenção. Muita gente não entende e eu acho ótimo que você respeite a Lilla e as necessidades dela. A vida me presenteou com um marido que entende as minhas e que "cuida" de mim. E olha, eu acredito que a Lilla será uma adulta ótima, super carinhosa e aos poucos conforme for crescendo vai balancear melhor essa característica dela.

    E quanto essa fase, ela deve estar dodoí mesmo, pq é normal crianças e até alguns adultos ficarem mais "carentes" qdo estão doentes. Meu marido é um que fica um grude só, já eu quero ficar sozinha e sou meio rabugenta! =)

    Melhoras para vocês!

    Beijos!

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  7. Não evite falar quando sentir vontade de falar. Mesmo que a outra pessoa levante barreiras ao que você disser. Você é uma mãe amorosa e suas palavras são sementes, que na hora certa, germinam. Digo por experiência própria. Já aprendi muito com você, muito mais do que você imagina. ;]

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  8. Thalita, sempre acompanho o seu blog, seu trabalho, acho tudo muito lindo... e o seu jeito de ser, o amor pela família, filha, marido...é lindo e me contagia... Abraços, DEUS os abençoe sempre! Camila Flores

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  9. Lilla is beautiful! I love the message you have in this post. Sometimes we forget that our babies have more than just earthly parents. God is their father too and He understands. He knows why Lilla is more clingy and He will help you figure it out. My dear Britt is going through an angry phase. I'm hoping it's just her new teeth coming in, but she's getting held a lot more lately too. And as for all the people who think you should parent just like them? Keep ignoring their unasked for opinions. Do what feels right and like it says in the scriptures, "by their fruit ye shall know them." You'll receive spiritual and, at times, physical confirmation that you are parenting as you should. God chose to send Lilla to you and your husband for a reason. Again, she is a gorgeous little girl - I love all the fun pictures!

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  10. Thalita, cada linha que fui lendo fui me identificando, menos com a fralda de pano rs aqui não rolou... mas Manú é assim como a Lilla, e haja peito e paciência... eu tb evito falar das minhas escolhas, pelo jeito bem parecidas com as suas... mas somos humanas né? às vezes bate mesmo aquela canseira... Mas graças a Deus conseguimos nos colocar nos eixos novamente. Bjs

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